Blog de Geografia, Ecologia, Política, Educação e Filosofia. Informação também sobre Atualidades, Vestibulares, Ecologia Política, Educação Ambiental e os eventos acadêmicos relativos a essas áreas.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sugestão de livros do dia

Sugestão de hoje é um clássico que completa meio século neste ano.


Thomas Kuhn: o homem que mudou a forma pela qual o mundo vê a ciência

02/09/2012
JOHN NAUGHTON
DO "OBSERVER"

Há 50 anos, em agosto, um dos livros mais influentes do século 20 foi lançado pela University of Chicago Press. Muita gente, se não todo mundo, provavelmente já ouviu falar de seu autor, Thomas Kuhn, ou do livro, "A Estrutura das Revoluções Científicas", e é certo que o pensamento de quase todos nós foi influenciado por suas ideias. O teste dessa afirmação é determinar se você já ouviu ou usou a expressão "mudança de paradigma", provavelmente a mais usada -- e abusada -- nas discussões contemporâneas de mudança organizacional e progresso intelectual. Uma busca pelo termo no Google gera mais de 10 milhões de respostas, e ele consta de não menos de 18,3 mil dos livros à venda na Amazon. O livro de Kuhn também é um dos trabalhos acadêmicos mais citados de todos os tempos. Assim, se uma grande ideia pode ser definida como "viral", é esta.

A verdadeira medida da importância de Kuhn, no entanto, não está na popularidade de um de seus conceitos, mas sim em ele ter mudado praticamente sem ajuda a maneira pela qual pensamos sobre a mais organizada tentativa da humanidade para compreender o mundo. Antes de Kuhn, nossa visão sobre a ciência era dominada por ideias filosóficas sobre como ela deveria se desenvolver ("o método científico"), acompanhadas por uma narrativa heroica de progresso científico como "a adição de novas verdades ao estoque de velhas verdades, ou uma crescente aproximação entre as teorias e a verdade, e, em casos isolados, a correção de passados erros", na definição da "Stanford Encyclopaedia of Philosophy". Antes de Kuhn, em outras palavras, tínhamos o equivalente a uma interpretação whig da história científica, de acordo com a qual pesquisadores, teóricos e cientistas experimentais do passado se haviam envolvido em uma longa marcha, se não rumo à verdade, então ao menos rumo a uma melhor compreensão do mundo natural.

A versão de Kuhn quanto ao desenvolvimento da ciência difere dramaticamente da versão whig. Enquanto o relato padrão via "progresso" firme e cumulativo, ele via descontinuidades -- um conjunto de fases "normais" e "revolucionárias" alternadas nas quais comunidades de especialistas em determinados campos passavam por períodos de tumulto, incerteza e angústia. Essas fases revolucionárias -- por exemplo, a transição da física newtoniana para a mecânica quântica -- correspondem a grandes avanços conceituais e criam as bases para uma fase posterior, de funcionamento "normal". O fato de que sua versão pareça natural agora é, de certa forma, a maior medida de seu sucesso. Mas em 1962 quase tudo era controverso em sua ideia, devido ao desafio que representava a suposições filosóficas fortemente estabelecidas sobre como a ciência não só funcionava, mas deveria funcionar.

Ler mais:

Nenhum comentário:

Postar um comentário