Superpotências mundiais disputam influência política e posições econômicas no Ártico
Elisabeth Rosenthal
Em Nuuk (Groenlândia)
Com o derretimento do gelo ártico em ritmo recorde, as superpotências do mundo estão cada vez mais disputando influência política e posições econômicas em postos avançados como este, antes considerados como terras desoladas.
Em disputa estão as reservas abundantes do Ártico de petróleo, gás e minérios que estão, graças à mudança climática, se tornando acessíveis às rotas polares de transporte cada vez mais navegáveis. Neste ano, a China se tornou uma jogadora bem mais agressiva neste campo frígido, dizem especialistas, provocando alarme entre as potências ocidentais.
Enquanto os Estados Unidos, a Rússia e vários países da União Europeia possuem território no Ártico, a China não tem, e em consequência, tem usado sua riqueza e força diplomática para conseguir fincar o pé na região.
Andrew Testa /The New York Times
“O Ártico cresceu rapidamente na agenda de política externa da China nos últimos dois anos”, disse Linda Jakobson, diretora do programa para Leste da Ásia do Instituto Lowy para Políticas Internacionais, em Sydney, Austrália. Logo, ela disse, os chineses estão explorando “um modo de se envolverem”.
Em agosto, a China enviou seu primeiro navio pelo Ártico até a Europa e está fazendo um lobby intenso pelo status de observador permanente no Conselho do Ártico, uma entidade internacional composta por oito países árticos e que desenvolve políticas para a região, argumentando que é um “Estado próximo do Ártico” e proclamando que o Ártico é “uma riqueza herdada de toda a humanidade”, nas palavras da Administração Oceânica Estatal da China.
Para promover sua oferta ao conselho e melhorar as relações com os países árticos, seus ministros visitaram a Dinamarca, Suécia e Islândia recentemente, oferecendo acordos comerciais lucrativos. Diplomatas de alto nível também visitaram a Groenlândia, onde empresas chinesas estão investindo no desenvolvimento do setor de mineração, com propostas para importação de equipes de operários chineses para obras de construção.
Os países ocidentais estão particularmente ansiosos com as aberturas chinesas para a ilha pobre e esparsamente povoada, um território autônomo da Dinamarca, porque o recuo de sua calota de gelo revelou depósitos minerais cobiçados, incluindo terras raras que são cruciais para novas tecnologias, como celulares e sistemas de orientação militares. O vice-presidente da União Europeia, Antonio Tajani, correu para cá, para a capital da Groenlândia, em junho, oferecendo centenas de milhões em ajuda para desenvolvimento em troca de garantias de que a Groenlândia não daria à China acesso exclusivo às suas terras raras, chamando sua viagem de “diplomacia de matéria-prima mineral”.
A Groenlândia
Ler mais
Matheus Leandro Rodrigues N°16 2°EM B
ResponderExcluirLink : http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/derretimento-do-artico-acelera-corrida-por-reservas-minerais/